Alta demanda por importação de arroz prejudica consumo no Brasil

O famoso feijão com arroz, item básico na alimentação do brasileiro, está mais caro. Já reparou? Mas se a gente é produtor e exportador, como isso é possível? O arroz chegou a custar na primeira semana de setembro R$ 40 nos supermercados. O feijão, dependendo do tipo, subiu mais de 30% no ano, segundo dados da inflação oficial.

O Brasil é o maior produtor e consumidor de arroz fora da Ásia. Seu suprimento anual alcança, em média, 15 milhões de toneladas para atender ao consumo.

Desde a escola aprendemos que o que determina o mercado é a lei da oferta e da procura e, nesse momento, a demanda por arroz no mercado internacional, principalmente o asiático, está deixando o consumidor brasileiro sem oferta e pagando mais caro.

O pagamento do Auxílio Emergencial deu poder aquisitivo para os mais pobres, que muitas vezes não chegavam a ter R$ 600,00 por mês, mas agora podem comprar alimentos com mais regularidade, isso também ajudou a aumentar o preço do arroz, segundo especialistas.

Como resolver essa situação? A Camex (Câmara de Comércio Exterior), um órgão ligado ao Ministério da Economia, decidiu zerar a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca até 31 de dezembro deste ano. A medida foi tomada para tentar conter a alta no preço do arroz, que disparou sobretudo nas últimas semanas. Atualmente, incidem sobre os países fornecedores de fora do Mercosul as tarifas de 12% sobre o grão beneficiado e 10% sobre o produto em casca.

POR QUE MAIS CARO?

No mundo globalizado tudo esta interconectado. Entenda os fatores que ajudaram a contribuir para alta desse preço de forma sistémica.

Dólar: O dólar alto faz com que muitos produtores prefiram exportar os produtos, ganhando em dólar, a vender no mercado interno. Com menos oferta de alimentos no mercado doméstico, os preços aqui sobem.

Pandemia: Por causa do isolamento social, houve redução no consumo de alimentos fora de casa e, consequentemente, aumentaram as compras para consumo na residência.

Auxílio emergencial: A ajuda de R$ 600 paga pelo governo foi direcionada, em geral, para a população mais pobre, que concentra mais suas compras em produtos básicos, como alimentos.

China: Por causa da pandemia, os países estão refazendo seus estoques de alimentos, sobretudo a China, maior parceiro comercial do Brasil.

Combustíveis: Os preços dos combustíveis também estão subindo, o que encarece a logística de distribuição de produto. E o Brasil usa, principalmente, rodovias para escoar sua produção.

Imagina Brasil com informações da Agência Reuters.

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