TÁ RINDO DO QUÊ?? A NOVA CARA DO HUMOR BRASILEIRO

Parece piada mas, no mês do 1º de Abril, também é comemorado o Dia do Humorista. E com uma herança deixada por ícones como Chico Anysio, Juca Chaves, Oscarito, Grande Otelo, Costinha e o inigualável Mazzaropi, é claro que nós ficaríamos muito bem.

Hoje, nós temos uma geração brilhando nos teatros, na TV e, como não poderia deixar de ser, também na Internet. Mais uma vez, a web fez o papel de reinventar o humor, colocando o holofote constantemente em novos nomes. Alguns já estavam na estrada há anos.

Outros, apareceram de forma despretensiosa. Mas, além da profissão, essa nova geração também tem em comum a empolgação, como se estivéssemos presenciando um novo começo.

Diogo Portugal é um dos precursores dessa nova safra. Diogo Portugal começou a fazer comédia em Curitiba em meados dos anos 90, depois de ser guia de turistas na Disney, baixista da banda Pele Sintética e funcionário público. Hoje é conhecido no Brasil todo. E tudo começou a partir de uma propaganda do canal de TV Multishow, que dizia: “Se você se acha engraçado, mande uma fita para nós”. Diogo colocou no correio uma fita VHS com todos os seus personagens – a patricinha curitibana, o porteiro, o office boy, os políticos, a prostituta… – e mais uma sátira das toscas propagandas da TV que faziam sucesso nos anos 90. Ficou entre os finalistas ao lado de atrizes e humoristas como Cláudia Rodrigues, Heloisa Périssé, Gorete Milagres e Marcelo Médici. “Foi uma grande seta de direção”,
revela Diogo. “Assim descobri, aos 28 anos, que podia ganhar a vida fazendo humor, como profissional.”

Outro nome badalado é Thiago Ventura, o criador da “pose de quebrada”, que já foi replicada por Neymar Júnior, Gabriel Jesus, Cristiano Ronaldo, e virou sucesso até no vídeo game. Irreverente, Thiago se destacou no cenário da comédia por fazer piada com assuntos do dia a dia e vivências da periferia, fazendo com que milhares de pessoas que nunca haviam estado no teatro pudessem se identificar e rir. O humorista – que é administrador de empresas e ex-bancário – já fez inúmeras turnês dentro e fora do Brasil com os seus shows.

Thiago já participou dos maiores festivais de comédia do Brasil e faz parte do elenco dos grupos: 4 Amigos, Comédia ao Vivo e a Culpa é do Cabral. Fez turnê internacional no Japão, nos Estados Unidos e na Europa (Lisboa, Dublin, Galway, Amsterdã, Bruxelas, Londres e Paris) e participou de um projeto de comédia internacional da Netflix, o especial de stand up Comediantes do Mundo, além de ter sido o primeiro comediante de stand up comedy a ganhar o Prêmio de Humor idealizado por Fábio Porchat na categoria Melhor Texto com o show solo Só Agradece.

Ele é sucesso no BBB, Porta dos Fundos, A Culpa é do Cabral, e também em propaganda de cerveja, empresa de telefonia e curso de inglês. Mas Rafael Portugal, nascido em Realengo, Zona Oeste do Rio, já foi repositor de supermercado, auxiliar de escritório, panfletista e até vendedor de salgado com caldo de cana. Por causa do desejo de viver de arte, todos os trabalhos eram temporários. E quando decidiu que era hora de investir em seu sonho, foi sua mão que Rafael procurou.

“Ela escutou de algumas pessoas: ‘Marion, esse garoto vai virar um vagabundo, não quer nada’. Mas ela sempre foi incrível e me apoiou. Uma vez, estava num trabalho no Centro do Rio, e ralei tanto que pensei ‘não quero fazer isso da minha vida’. Liguei para minha mãe e disse que não estava aguentando mais. Isso no primeiro dia (risos). Ela me respondeu: ‘saia daí, então, venha embora’. Só que nossa condição não era boa, precisava colocar dinheiro em casa”, relata ele, antes de acrescentar que recebiam ajuda de amigos e parentes, mas que “nunca faltou nada”.

Aos poucos, sua visibilidade foi aumentando e, paralelamente, campanhas publicitárias e outros trabalhos. “Tudo que vinha de dinheiro, de comercial, minha mulher ia pagando tudo. Às vezes eu tinha muito dinheiro na conta, mas eu via ele indo direto para as dívidas. Enquanto eu estava comendo pão frito, no banco tinha 150 mil reais”, contou.

Alguns, são mais ácidos e polêmicos. Outros, quase infantis. Sejam caracterizados, interpretando algum personagem ou munidos apenas de um microfone. A verdade é que nós estamos muito bem servidos de humoristas. Ainda bem!

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